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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Criador do Estatuto do Desarmamento é assassinado a tiros



Gerson Camata foi deputado, senador e governador do Espírito Santo. A arma utilizada não é registrada

O ex-deputado, senador e governador do Espírito Santo, Gerson Camata, foi assassinado na tarde de ontem, em Vitória (ES), por um ex-assessor contra o qual movia uma ação. Marcos Venicio Moreira Andrade confessou o crime, cuja motivação foi uma ação do ex-governador, que obteve bloqueio de 60 mil reais da conta bancária do ex-assessor.
Andrade tem 66 anos e trabalhou para Camata por 20 anos. O flagrante resultou em autuação por homicídio qualificado por motivo torpe. Camata tinha 77 anos, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local. O assassino será encaminhado hoje, 27 de dezembro de 2018, ao Centro de Triagem de Viana (CTV).

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Gerson Camata ficou conhecido por ser o autor da lei que resultou no Estatuto do Desarmamento, quando era Senador. Ironicamente, a arma utilizada por Andrade para assassinar Camata não possui registro, portanto, é ilegal; o Estatuto do Desarmamento foi incapaz de preservar a vida de seu próprio criador.
Em 2000 o ex-assessor denunciou Gerson Camata à imprensa, afirmando que o ex-governador recebera propina de empreiteiras, apresentados recibos falsos para a Justiça Eleitoras e utilizado verbas parlamentares irregularmente. Todas as acusações foram negadas pelo ex-governador.

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Andrade solicitou no processo que não tivesse que arcar com as despesas judiciais, alegando falta de recursos, mas o juiz entendeu que ele dispões de bens suficientes para tal, que somados alcançam 300 mil reais, sendo 3 (três) lojas em shopping e um carro de luxo.
Gerson Camata defendia o desarmamento, a limitação da propriedade privada, a unicidade sindical, à reforma agrária, entre outros pontos. Deixa viúva Rita Camata, ex-deputada federal que foi relatora do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Lei de Responsabilidade Fiscal.